sábado, 26 de julho de 2014

Sobre o amor que vai nascer

Às vezes eu me pego me sentindo insegura por me tornar mãe de duas crianças. Quando a gente tem um filho só, é dele todo nosso amor, nosso cuidado, nosso tempo, nossa admiração. Quando chegar uma criança nova na casa, de repente, vou acordar e não ser apenas mãe da Aurora. E eu tenho um pouco de medo disso. Porque amor de mãe não é algo inerente ao ser humano. Não sabia? Pois é, não é. Esse papo de "eu já te amava desde a barriga" ou "te amei desde a primeira vez que te vi", não é bem assim. A gente ama imaginar aquele bebê, ama pensar que vai ser mãe, ama um bebê idealizado, porque a gente sabe que realmente um dia vai amar muito aquele bebê. Mas, logo que nasce, não é bem assim. A gente adora aquele cheirinho, a companhia, qualquer sorrisinho nos derrete, mas o que acontece ali nas primeiras semanas de vida extra-uterina é um apaixonamento. O amor não vem pronto, ele nasce e cresce, nutrido pela forma como é alimentado.
Existe inclusive um estudo sobre o mito do amor materno (se quiser ler, joga no Google que dá pra ler uma tese super bacana sobre o assunto), que conta que as mulheres de antes tinham amas de leite que na verdade eram quem criavam seus filhos. Elas davam herdeiros aos maridos, mas não desenvolviam uma relação com as crianças. Eram meros produtos esperados do casamento. Com a Peste Negra e a população dizimada, tornou-se necessário proteger e aumentar a população e, aí, convenientemente, foi inventado o amor materno, maior amor do mundo, que só as mães sentem. As mães, nutridas por esse sentimento inventado, passaram a se dedicar mais aos filhos e a desejar amamentá-los e criá-los, o que lhes garantia longevidade e, consequentemente, favorecia o aumento populacional. Bem, o fato é que a coisa pegou de tal modo que hoje nós, mães, nos sentimos responsáveis e culpadas por tudo que acontece com nossos filhos. A sociedade espera que nós amemos, eduquemos, que demos nossas vidas diariamente pelos filhos. Essa cobrança não existe com os pais, o que torna nosso papel como mulheres bem mais sacrificante, assumindo jornadas múltiplas de mãe, esposa, trabalhadora, e ainda tentando, quando lembramos, encontrar tempo para nossa individualidade. Não é mole.
Mas, por que foi que lembrei do mito do amor materno? 
Ah, sim, porque assim como a mãe não ama instantaneamente um bebê que nasceu, o bebê também não traz consigo um amor imenso pela mãe. Ele traz necessidade, ele nos suga os peitos, o tempo, a vitalidade. Ele nos usa. E muitas vezes a sensação é justamente essa: "estou sendo usada. Se outra pessoa lhe desse colo e peito ele nem sentiria minha falta". Em parte isso é verdade mesmo. Porque um bebê, até cerca de 3 meses de idade, não compreende que ele e a mãe não são a mesma pessoa. No entendimento dele, que viveu por 9 meses sem conhecer fome, dor, sono, irritação, totalmente dependente do corpo materno, os primeiros meses extra-uterinos são como prolongamentos desse período, mas agora ele precisa cobrar pelo que antes tinha naturalmente. E o que ele quer é não sentir desconforto, então ele chora e pede aquilo que lhe falta. Quase sempre um peito, uma fralda limpa ou um calor de colo. Sim, somos usadas. Mas será que também não é amor uma pessoa achar que ela e nós somos uma só?
E assim passamos os primeiros meses da maternidade tendo surtos de "como eu amo esse bebê" e "queria poder devolver pra barriga". E assim o amor nasce. E cresce. E vira o maior amor do mundo. Se é um amor convenientemente inventado, não sei, mas a verdade é que não há como escapar dele. E nem sei se alguém iria querer escapar.

Conscientemente eu sei disso. Sei que vou aprender a amar essa menininha. Mas eu tenho medo. Porque tenho uma história com a Aurora. Já a conheço, já a admiro, já recebo dela amor e não apenas necessidades vitais a serem supridas. E, ao receber em nossas vidas essa outra criança, terei em casa um amor enorme consolidado pela minha filha mais velha e esse outro amor que irá nascer e crescer. E sei que em alguns momentos vou comparar e sentir que amo mais a Aurora. E vou me sentir culpada por isso. Porque a gente sempre ouve que as mães não amam mais um filho que o outro, que não preferem um ao outro. Mas isso é num estágio mais lá na frente. Inicialmente, é um estranho no lar, um adorável estranho, mas cujas características nos são desconhecidas. Não conheço sua risada, nem suas preferências, às vezes nem saberei fazê-lo parar de chorar.
Eu tenho medo, sim. Não um medo consciente, porque conscientemente eu sei que isso é um processo e que com o tempo terei duas bonecas lindas e amadas. Mas lá no fundo eu tenho medo de me sentir incapaz e de ficar ansiosa para que o maior amor do mundo finalmente transborde entre nós duas.

Acho que esse medo só passa quando a própria Aurora, na maior doçura, já demonstra como quer conhecer e cuidar e amar esse bebê. Hoje ela disse que quando a irmã chorar à noite, ela irá descer da caminha (elas terão uma beliche quando a menor - cara, ela precisa de um nome, porque é muito chato ficar falando assim: irmã menor, caçula, bebê... - sair da cama compartilhada e for pro quarto da Aurora), e ela é quem vai cuidar da irmãzinha e fazê-la parar de chorar. Disse ainda que não vai acordar a mamãe, porque a mamãe vai ficar feliz (ela sabe que eu PRECISO de noites bem dormidas...rs). E depois pegou uma bonequinha de pano, carregou no sling, deu mamadeira (por que não amamentou a boneca?? Fiquei chateada!), levou pra cama e contou história pra ela dormir. E então me disse: "Sabe por que ela vai dormir comigo? É enquanto minha irmãzinha não chega, porque ela está demorando muito."

Eu com medo e ela louca de vontade de ter a irmã junto dela! Preciso aprender mesmo com essa inocência, com essa naturalidade. E preciso me acalmar, porque não estou sozinha.

Pra finalizar minha noite de doçura, ela disse "Boa noite. Sonha com os anjos. Dorme bem. Eu te amo." Desejei-lhe o mesmo e disse que também a amava. E ela falou: "Nós duas amamos mais, né? ... Sabe por que eu falo isso muitas vezes? Pra você não esquecer."

(Agora me diz se é possível receber amor assim de mais uma criança e não explodir?!)

Um pai na Carter's

E então que não foi tão simples assim comprar as roupas pra filhota...
Eu PENSEI que tivesse comprado pelo site da Carters, mas, apesar de ter saldo no cartão, apenas uma das duas compras foi aprovada. E justamente a que tinha roupas de 18 meses, totalmente supérfluas, só porque achei fofas demais. Todos os bodies e macacões e coisas que a gente realmente vai precisar foram cancelados. Liguei no cartão de crédito, fiquei sem entender o motivo, chorei... E tentei refazer a compra. E, de novo, foi cancelada. Já estava mandando tudo pro espaço quando o Arthur me disse pra mandar pra ele uma lista do que comprar, que ele compraria. Hahaha Ele não sabia onde estava se metendo... Fiquei até meia noite fazendo uma tabela relacionando tamanho, modelo e quantidades. Ele acabou de me dizer que fez as compras e está morto. E que as vendedoras ficar
am olhando pro único pai (e gato!) comprando sozinho na loja. Eu também estou morta. De orgulho!! Nem acredito que ele não tenha desistido dessa missão! Estou doida pra ver o que ele comprou!

E o pedido que eu fiz e foi aprovado, estou achando que não vai ser entregue a tempo e vou ter que pedir pra alguém do hotel devolver... :/

Bem, a lição que fica é: não faça compras em cima da hora. E, se possível, poupe seu companheiro dessa tarefa e dos olhares das vendedoras de "Coitado... Está totalmente perdido".

O bom é que o tanto que ele gastou rendeu um vale compras de 90 dólares que ele vai voltar amanhã pra usar! Isso é que é homem corajoso!

Nessas horas que a gente vê que escolheu o melhor pai do mundo pras filhas da gente! <3

terça-feira, 22 de julho de 2014

É menina!!!

É menina! É menina!!!
Eu ia dar um rodeio antes de contar, mas tenho dificuldade em guardar segredo!

Estamos muito felizes! Aurora adorou a confirmação do que já sabia. rs

Agora, se a forma como o bebê mostra as "partes" reflete no jeito de ser, vem por aí uma menininha bem tímida. Aurora estava de pernas super abertas, com tudo à mostra, do jeito que ela costuma ficar até hoje, de cabeça pra baixo e pelada no sofá. Já essa menininha não queria descruzar as pernas por nada! Foi uma saga e tanto para descobrirmos! Vai escutando...

Chegamos eu, Aurora e minha mãe às 9h pro ultrassom. Eu havia comido umas 6:30, antes de ir pro yoga, e já estava ficando com fome, mas não tinha dado tempo de lanchar de novo antes da consulta. Eu lembrava que ingerir algo doce poderia facilitar a visualização do sexo, porque o bebê se mexe mais quando tem mais açúcar circulando. Mas, enfim, teria que contar com a sorte. Deu 9h30 e nada de me chamarem... Resolvi ir fazer um lanche num barzinho xexelento em frente ao hospital. Mal sabia eu que teria uma broa de fubá de-li-ci-o-sa! Voltei comendo, feliz da vida, e minha mãe esbaforida me procurando, porque estavam me chamando!
Fiz xixi antes de começar, deitei, ficamos lá de olho... A médica tentou, tentou, cutucou a barriga com o ultrassom, mas o bebê estava com as pernas super fechadas. Virava de costas, de frente, mas não descruzava as pernas. "Ninguém vai me ver nua!!"
Eu pedi pra médica insistir, disse que até plantaria bananeira, porque precisava saber o sexo para comprar enxoval nos States. Senão o bebê ia ter enxoval neutro sem graça! Acho que toquei num ponto importante e a doutora se compadeceu de mim. "Faz assim, vai lá fora, come alguma coisa, dá uma caminhada e depois eu te chamo de novo pra ver se ele resolve mudar de posição." Fofa!
Tive uma hora pra dar essa enrolada. Comi chocolate, bebi água, caminhei, fiquei ansiosa, Aurora ficou cansada, minha mãe ficou com fome... E aí me chamaram!
E...... Nada mudou.
Bem, pelo menos eu não vi nem uma brechinha de perna aberta. A médica disse que achava que era menina. Talvez pela ausência de algo protuberante, que nos meninos logo é visto.
Aí ela resolveu chamar outro médico pra dar uma ajuda. "Já que o caso é de urgência." haha Chegou o médico, mexeu mais na barriga, me pediu pra tussir, eu tornei a dizer que plantaria bananeira se precisasse, mas já estava quase convencida de que seria um enxoval neutro sem graça... Quando, de repente, vejo um brilho no olhar da primeira médica, que acompanhava pela tela do computador, como quem diz "Ahhh... É sim!" E aí o segundo médico pausou a tela e disse que era uma menina. "Aponta, pra mim, por favor??" eu disse, sem medo nenhum de ser leiga. Ele mostrou as coxas abertinhas e a pepeca minúscula. De novo eu pensei "Ah... só porque não viu um pinto... mas e se o pínto estiver boiando mais pra cima?" Resolvi perguntar: "Quantos porcento de chance de ser menina?" (Poxa! Meu enxoval estava em jogo!) E ele respondeu: "Duzentos porcento." Dois médicos dizendo que é uma menina, quem sou eu pra duvidar, né?

"Aurora, é uma menina!!"
"Eu já sabia." ela respondeu, sem tirar os olhos do joguinho no celular. Tadinha, já estava cansada demais pra tentar enxergar a irmã no meio das sombras da tela do ultrassom.
Minha mãe ficou emocionada e depois confessou que estava torcendo pra ser outra menina! E, quer saber, eu também estava!
Se fosse um menino, eu ia ter uma experiência totalmente nova e seria bacana demais. Mas pra Aurora eu acho que ter uma irmã vai ser mais legal, afinal já são 4 anos de diferença... Sendo duas meninas, ainda vão poder ser companheiras, parceiras, sair juntas, dividir o guarda-roupa... Um menino 4 anos mais novo logo se tornaria um pirralho mala e ela não ia querer brincar com ele. Sei lá, coisas da minha cabeça.
Menina tem aquelas roupas ultra fofas e ainda tem as heranças da irmã! E mal tínhamos conseguido escolher nomes de meninos, mas já tínhamos várias opções legais para meninas...
Mas eu achava que seria menino. Achava mesmo. Não por intuito, porque eu já disse que isso não veio no meu pacote, mas por questões biológicas mesmo. Como a data da concepção, sim, o dia do sécho, foi exatamente no dia da ovulação, de acordo com meus cálculos, era maior a chance de ser menino. Explico: espermatozóide XY nada mais rápido e vive menos tempo, então se for um dia propício, ele fecunda o óvulo antes do pesado XX chegar. Mas se for um dia ainda não tão bom, os XY morrem e os XX ficam lá de boa até encontrar o óvulo. (Pode me contratar pra aula particular de biologia.)
Eu estava tentando aceitar a ideia, ter um menino iria ser legal, o Arthur ia ter um companheiro pra fazer coisas de menino, blá blá blá... Mas é meninaaaaaa!!!!!
Bem, ele ficou feliz, mas não ficou super empolgado. Acho que a ficha ainda está caindo de que ele vai ter mais uma fazendo maquiagem nele e chamando pra ver desenhos de Barbie e princesas... haha
"O próximo vem menino, tá, nego?", eu o consolei.
No fundo eu acabei ficando com um pedaço meio triste, porque já estava tentando tanto me acostumar com a ideia de ser um menino, que agora tive vontade de ter. Mas teremos dois gêmeos, ou um casal de gêmeos. Daqui alguns anos.
Por enquanto o momento é esse, de curtir que teremos outra garotinha, e minha relação com o bebê já mudou totalmente. Saber quem está aqui, poder enfim escolher um nome, imaginá-la... Será que vai se parecer com o Arthur e a Aurora ou será que virá com minha carinha de bola? Abençoado seja o nariz dessa criança... Não puxa minha família, por favor... E a pele? Será que vai ser morena? Inclusive Aurora quer que se chame Morena... Temos ainda na lista Maitê, Joana, Elis e Flor. Flor de Carvalho. Já pode ser artista.

E o tal enxoval finalmente foi comprado! Está a caminho do hotel e em breve estará aqui pra ser cheirado, abraçado e adorado, até que essa garotinha chegue pra recheá-lo de fofura.

Venha com muita saúde e calma, princesinha. Estamos preparando seu  ninho aqui de fora.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Mesma criação?

Esse papo de "mesma criação" pra dizer que os filhos receberam os mesmos cuidados e mesmo assim saíram diferentes um do outro, me desculpa, mas isso não existe.
O meu ainda nem nasceu e eu já sei que a criação não será a mesma. Pra começar, EU não sou a mesma. Quando Aurora nasceu, tinha uma mãe inexperiente, porém paciente. Cresceu sem ver a mãe perder a cabeça, até que ela começou a fase de querer fazer as coisas do jeito dela e eu não sei onde foi que escondi minha paciência. Bebê 2 já vai crescer ouvindo a mãe dizer pra irmã "Quantas vezes vou ter que pedir??", "Um... Dois... Três!", "Estamos atrasados!" e por aí vai.
É duro assumir, mas eu não sou um poço de paciência, criatividade e nem de auto-controle. Não sou uma super-mãe e estou longe de ser perfeita. Pelo contrário. Em vários momentos eu queria férias de ser mãe. Ficar sem ver filho, sem preocupar se comeu o almoço, se não comeu a meleca, sem levantar pra limpar bumbum, sem ler história sendo que eu já estou praticamente dormindo, sem acordar no meio da noite porque "não estou achando meu travesseiro" (...). A lista é bem maior, inesgotável, provavelmente.
Ser mãe cansa muito!
E eu não sabia disso, mas também não posso dizer que não tinha uma noção do que era, até porque desde sempre a gente ouve o ditado "ser mãe é padecer no paraíso". Imagine-se no paraíso, seja lá onde for seu paraíso: uma praia, um chalé na montanha, um shopping de outlet. E mesmo assim você padece.

Significado de Padecer

v.t.d. v.t.i. e v.i. Sofrer de dores (físicas ou morais); estar doente; ser alvo de maus-tratos; ter dificuldades ou estar infeliz: padecia torturas; padecia de uma aflição imensa; ela padeceu no hospital por meses.
Não dá pra curtir, né? Tipo ir pra praia e ter diarreia. Ir pro chalé na montanha e não ter comida. Ou ir pro outlet e não ter dinheiro (nem cartão!). De que adianta? Com a maternidade, você vai pra praia, não tem diarreia, mas o filho tem. Ou simplesmente não gosta da sensação da areia nos pés (...). No chalé, tem comida, mas o filho não come, ou se machuca. No shopping, desista, você não vai fazer compras sem dizer "Por favor, não encosta a mão suja aí nessas roupas!"
Mas... pra não dizer que maternidade é APENAS padecer...
Na praia você redescobre que é legal fazer castelo de areia e escrever as vogais no chão. E que é gostoso poder abraçar um pacotinho de casaco no frio da montanha. E que uma parada para tomar sorvete faz bem no meio de um passeio exaustivo no shopping. Descobre até que os shoppings possuem áreas para depositar as crianças para os pais fazerem compras em paz. E descobre também que os shoppings não são os melhores lugares para ir com os filhos, pelo bem deles e pela sua sanidade mental.
A verdade é que a gente vai aprendendo.
E esse segundo bebê vai ter uma mãe bem mais surtada do que a Aurora teve. Mas ele também vai ter uma mãe menos preocupada com sujeira e roupas estragadas. Uma mãe que sabe que criança não morre com qualquer tombo e que comer um pouco de terra faz parte de um desenvolvimento saudável. Uma mãe que sabe que crianças precisam ser poupadas de situações que não são para crianças e que a maioria dos ataques infantis é apenas sono. E que a maioria dos ataques maternos também é sono.
Esse bebê vai ter também uma irmã mais velha que vai lhe fazer companhia e brincar com ele, liberando a mãe surtada de brincar de Barbie. Uma irmã mais velha que vai abraçá-lo enquanto dorme e deitar junto dele no sofá pra verem filme (depois de brigarem para escolher o filme). Uma irmã que vai ensiná-lo a dedurar quando alguém arrancar o brinquedo da sua mão. E que bater não é certo, mas ser feito de bobo também não é. Ele também vai aprender altos truques de maquiagem, seja menino ou menina, com essa irmãzona que ele vai ter e que adora um gloss glacial (labial). Ele vai aprender tudo que a irmã mais velha já sabe, mesmo que ele não queira. Vai até saber que não tem dois bumbuns, mas um bumbum com duas "náguenas."
É... a criação vai ser outra, mas ele também vai ser uma criança feliz.
(suspiros)

sábado, 19 de julho de 2014

Sonhei com o bebê!

Hoje sonhei com meu bebê. Eu tinha ido fazer um ultrassom que mostrava que era um menino e médica o tirou de dentro de mim (como se isso fosse parte do exame) e disse que eu já podia levá-lo para casa. Eu, com 15 semanas. Mas o mais doido é que o bebê já tinha tamanho de uma criança de quase 1 ano e era um menino lindo, não tão branquelo quanto a Aurora e com os cabelos loiros, no melhor estilo surfistinha. Uma coisa linda! Eu fique triste por não ter parido, mas já que a criança já estava ali, bora levar pra casa. Devolver pra barriga é que não ia ter jeito.
Engraçado, nessa gestação eu já sonhei outras vezes que o bebê é menino. Será que finalmente desenvolvi um instinto ou será que vou errar de novo e vai ser menina?
Agora, loiro?? Já me basta o susto de ter tido uma branquela, sendo Arthur e eu morenos. Loiro vai ser muita cara de "sequestramos essa criança".

Me lembro de ter sonhado mais uma vez com o bebê, eu ia também para uma consulta médica e paria ali na maca onde a médica costuma examinar. E eu dizia pra ela: "Não me encosta!" e depois, com o bebê nos braços, eu disse, muito orgulhosa: "Viu? Você não precisou fazer nada!" E era também um menino, mas ele não tinha nome ainda.

Tenho ultrassom terça-feira, sem indicação nenhuma, só pra ver o sexo do bebê mesmo. Até chegar lá eu morro do coração! E se no ultrassom a criança resolver não abrir as pernocas??? Vou pegar mil simpatias e dicas de todo jeito pra fazer o bebê mexer bastante na hora do exame. Vou estar com 15 semanas. Aurora a gente viu com 16. Ai, tomara. Estou fazendo mil figas, porque preciso descobrir logo pra comprar fofurices de enxoval a tempo do Arthur trazer!


ps.: às vezes eu acho que o bebê mexeu (porque dizem que na segunda gestação a gente sente antes), mas mal começo a conversar com o bebê perguntando se ele mexeu e... vejo que eram gases. =/

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Por que eu vou parir em casa

Quem convive comigo sabe minha opinião sobre o nascimento das crianças: o mais natural e respeitoso possível.
O parto da Aurora, apesar de eu ter desejado MUITO que fosse absolutamente natural, acabou sendo um parto induzido. Parto induzido é quando a gente recebe ocitocina na veia, um hormônio sintético que imita o natural produzido pelo corpo para estimular as contrações uterinas. Eu estava com 40 semanas e a médica que me acompanhava até então começou a me aterrorizar dizendo que havia pouco líquido, placenta envelhecida e blá blá blá. Se eu fosse outra mulher, que não tivesse buscado informação e não tivesse feito de um grupo porreta de informação sobre o parto (o Ishtar), eu teria ido parar numa cesariana dia 20 de setembro ao meio-dia - a dotôra já tinha agendado tudo, só faltava eu confirmar. Pois bem, eu neguei e perguntei se não poderíamos tentar uma indução. Ela disse que não, que a Aurora não iria aguentar uma indução. (Essa médica tinha bola de cristal? Porque essas coisas não são assim, devem ser monitoradas e caso realmente o bebê não aguentasse, passaríamos para a cirurgia. Bem, se ela tinha bola de cristal, sinto dizer, mas estava pifada). E aí ela gritou pra mim no telefone: "Se você não for, pode eshquecer que eu exishto! Eu não vou fazer parte do assassinato que você eshta preshtes a cometer!"
Olha, querida, sinto te desapontar, mas nossa indução foi super bem-sucedida, sem nenhum sofrimento fetal, eu não tomei anestesia e nem fui submetida à mutiladora episiotomia. Muda de profissão ou então vai estudar. Vaca. (É, eu ainda tenho raiva dela.)
O nascimento da Aurora foi num hospital bambambam do Rio de Janeiro, tipo hotel 5 estrelas. Mas o parto em si só foi bacana porque contei com uma médica que respeita a escolha da mulher e o tempo do bebê. Eu a conheci no mesmo dia que a doutora louca gritou comigo, por indicação de uma doula do grupo de gestantes. E como eu já estava abalada demais pra ficar esperando, sem saber se Aurora corria ou não algum risco, já cheguei no consultório pedindo uma indução. Ela viu que tinha condições favoráveis do colo (porque ele não pode estar tão grosso, senão a indução não "pega") e marcamos pro dia seguinte. Ou seja, fui pro hospital sem ter entrado em trabalho de parto de verdade. Meu corpo não começou o processo, quem desencadeou tudo foi o ocitocina sintética. Talvez Aurora fosse querer nascer só dali a uma ou duas semanas... Nunca saberei.
Aurora nasceu bem, ficou alguns minutos no meu colo, toda melequentinha e de olhos vivos e curiosos. A coisa mais feinha, mas que eu mais amava no mundo. Nem toda mãe acha o filho bonito assim que nasce. Verdade. Depois do banho, sem nariz amassado, eu achei uma boneca, mas assim que saiu era meio ratinha. E aí, toda saudável, ela foi levada pro berçário do hospital, onde ficou por TRÊS HORAS. As três primeiras horas da vida da minha filha foram passadas longe de mim, num berçário cheio de sons e pessoas e cheiros e tudo desconhecidos! Chorando, sendo mexida, até que, sem ter o que fazer, dormiu. O Arthur ficou na janela, vendo tudo, porque eu pedi, com medo de que ela fosse sequestrada. Sei lá, de vez em quando rolam essas coisas, né? Ou você não assistiu "Senhora do Destino"?
E eu? Fiquei telefonando que nem uma lôca, lá do meu quarto de hotel, onde estava, SOZINHA, pra saber da minha filha. E as enfermeiras respondiam "Daqui a pouco ela vai praí, mãezinha." Ê, gente, que raiva! E a fome que eu estava? E a vontade de fazer xixi, mas eu não conseguia descer daquela maca porque minhas costas doíam com o esforço do parto. Quando finalmente me trouxeram a comida, era uma CANJA DE GALINHA. E EU SOU VEGETARIANA!!! (Bem, agora eu como peixe, mas na época, nem isso!) E eu avisei logo que fiz a admissão no hospital que queria refeição vegetariana!!! Eu estava numa fome tão imensa que comi tudinho, só deixei as pelotas de frango mesmo. E depois Arthur pediu pizza. Aí sim!
Depois que Aurora finalmente foi pro quarto, ela dormia demais. Não acordava nem pra mamar. E as malas das enfermeiras ficavam entrando de 2 em 2 horas pra saber se ela tinha mamado. Por fim eu já estava mentindo, pra elas pararem de amolar. Detalhe: entravam sem bater na porta.

Enfim. Por esses tantos motivos eu fiquei com muita raiva de hospital e não irei parir este bebê em hospital nenhum. Meu filho ou filha vai nascer em casa.
Sim. Em casa. O lugar onde EU sou a autoridade máxima. Onde EU me sinto à vontade. Onde ninguém vai me separar do meu bebê. Onde eu vou comer o que eu quiser.
Em Campo Belo não existe equipe de parto domiciliar, então irei parir em BH.
E antes que você pense que parto em casa é algo arriscado, saiba que para uma gestação de baixo risco, o parto hospitalar e o parto domiciliar apresentam os mesmos níveis de desfechos trágicos (sí, la muerte - que é o que todos temem de cara ao pensar em parir em casa, né?). Níveis baixos, mais baixos do que os níveis de mortalidade materna e neonatal nos casos de cesarianas. Ó! Não sabia? Pois é. A cesariana coloca a mulher e o bebê em mais risco. Além de não darem nem uma gota da delícia que é parir um filho. Inclusive, nos países desenvolvidos da Europa, mulher de baixo risco não vai mais pro hospital. A recomendação é que tenham seus bebês em casa ou nas casas de parto. E ainda tem gente que acha que parto normal é coisa de índia e de pobre. Poupe-me de comentários ignorantes.
"Mas e as parteiras? São vovozinhas com panos e água quente?" Se eu fosse parir no interior do Pará, talvez. Mas as parteiras urbanas são enfermeiras obstetras, totalmente capazes de atender a um parto no hospital ou em casa, e com uma parafernalha de coisas e conhecimentos para dar conta de eventos como sutura, pequenas hemorragias, reanimação do bebê, manobras para ajudar a encaixar, etc. O obstetra é um sujeito bacana, estudado, mas que, sinceramente, tem uma atuação muito específica. Ele deveria aparecer apenas quando dá merda. Partos de mulheres de baixo risco podem ser atendidos por enfermeiras obstetras e quem diz isso não sou só eu, é a OMS (Organização Mundial de Saúde)*. E isso porque um parto acontece sozinho. Se ninguém atrapalhar, a maioria dos bebês irá nascer naturalmente. Não vivem nascendo crianças em taxis e banheiros? Pois é. Bebês nascem.
*São profissionais considerados aptos para prestar assistência no parto: ginecologista obstetra, médico geral, enfermeira obstetra, obstetriz e parteiras treinadas.
Fonte: Assistência ao Parto Normal: um guia prático. OMS.

E aí eu entrei em contato com a equipe da maternidade Sofia Feldman, em BH. Uma maternidade PÚBLICA, cujas enfermeiras agora atendem não apenas na Casa de Parto, mas também a partos domiciliares. Escuta só: vão acompanhar o parto DUAS enfermeiras, que levam até a banheira inflável pra gestante relaxar ou parir na água, se assim quiser, e fica de sobreaviso um motorista de ambulância, para o caso de precisar de uma transferência para hospítal (se der merda, lembra do que eu falei?) e o parto pode terminar naturalmente lá, com alguma intervenção, ou pode acabar tendo que ser uma cesariana. Viu? É tudo muito planejado. É seguro! E, no caso do Sofia Feldman, é de graça! haha
Como eu não moro em BH, iria precisar de uma casa pra me abrir por cerca de um mês (das 38 às 42 semanas). Nem pensei duas vezes antes de pedir pra minha tia, com quem já morei e que eu sabia que não iria jamais se opor. Ela, inclusive, está super feliz que sua casa irá se encher de uma energia nova com o nascimento de um bebê lá. Beijo, Jojô!
Se por algum motivo o parto não puder ser em casa, se a gestante tiver, por exemplo, pressão alta, aí é necessário que ela vá pra Casa de Parto, onde será possível monitorá-la melhor e intervir, caso seja preciso. Ao lado da maternidade tem um hospital, pra onde as gestantes também podem ser transferidas.
Então a Casa de Parto é meu Plano B. Os vários relatos de parto que já li de lá são super bacanas, porque eles têm toda estrutura pra acolher bem as parturientes, em quartos individuais com camas DE CASAL (e não macas!!), banheiro e até banheira em uma das 5 suítes disponíveis. No Sofia há doulas voluntárias que tornam o trabalho de parto mais suportável, e também podem entrar os acompanhantes que a mulher escolher: marido, mãe, filho mais velho... Acho um bom Plano B.

Na primeira gestação eu tive dúvidas sobre o parto em casa. Não me senti segura o suficiente, e nem tinha a grana pra que fosse possível (no Rio ainda não existem equipes do SUS). Já nessa, em momento algum eu pensei que pudesse ser de outra forma. O parto em casa é a única coisa que parece natural para mim.
Agora só me resta esperar e colaborar para que seja uma gestação tranquila e de baixo risco, para que nada me impeça de finalmente entrar em trabalho de parto, sentir minha bolsa estourar, pegar meu bebê no colo e ficar com ele agarradinha, sem berçário, até que ele vá pra faculdade. =)

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sobre a escola e otras cositas más

Hoje uma conhecida me disse "Você já está com uma carinha de grávida!.." Eu saí sorrindo e pensando se isso quer dizer que minha cara está redonda que nem uma lua cheia e meu nariz parecendo um cogumelo gigante, ou se significa que estou irradiando luz e minha pele está linda. Vou acreditar na segunda opção e ninguém me desminta, ok?
Isso foi na porta da escola. Volta às aulas é SEMPRE tão legal! Eu achava que era só quando éramos nós os alunos. Rever os amigos, talvez levar um estojo novo, contar casos das férias, mostrar o tererê da praia... Mas mesmo agora, como mãe, eu adoro recomeçar o semestre letivo.
Quem ainda não é mãe não sabe que existe uma sociedade secreta de porta de escola. Esses grupos se reúnem apenas durante o horário de saída da escola, enquanto esperam que os filhos sejam entregues. Alguns membros da sociedade, em sua maioria mães, até ficam longe da porta, fora do alcance da professora, para poder conversar um pouco mais, antes de ter o filho devolvido. E o grupo se reúne pelos mais diversos motivos: mães de alunos da mesma turma, mães que chegam sempre cedo demais, mães que dão carona pra outras mães, mães que possuem qualquer assunto em comum com outra mãe... Enfim, as relações vão se formando e, ficar um mês de férias sem papear com nossas amigas de porta de escola é tempo demais! Ontem e hoje distribuí muitos sorrisos e fiquei muito feliz em rever as amigas, as quais, algumas tantas vezes, nem sabemos o nome, ou sabemos apenas que é "mãe do Fulano".
Quando eu me tornar mãe de duas crianças em séries diferentes, duplicarei meu número de amigas na sociedade da porta da escola! E também passarei a ser uma daquelas mães que participa da reunião de pais sempre correndo, ficando 15 minutos numa sala, pedindo licença à professora "porque eu preciso ir para a reunião da minha filha mais velha..." Aaaai, como vai ser divertido! Dois presentes de Dia das Mães feito na escolinha... (E também PAGAR duas vezes pelo presente! Até hoje eu acho graça quando preciso pagar pelo meu próprio presente... Mas, enfim, os filhos não precisam saber que fomos nós quem pagou. rs)

Agora, atualizações de hoje sobre a vida de barriguda:
Provei para mim mesma que continuo a mesma capricorniana de sempre! Veja bem, eu ainda não sei o sexo do bebê, farei uma ultra dia 22 para TENTAR descobrir (porque se a cria resolve não abrir as pernocas, ficarei mais algumas semanas sem saber...), e nesse mesmo dia, preciso enviar um pedido do site da Carter's para que seja entregue no hotel onde o Arthur vai se hospedar. E o pedido precisa chegar até dia 25! Existem modalidades expressas de envio, de 2 a 3 dias, e até mesmo para o dia seguinte e não são absurdas de caras. Então, caso os correios estadunidenses não fiquem cheios de greve como os nossos, tenho grandes chances de que o pedido seja entregue. Mas eu teria que passar o dia 22 todo escolhendo os modelitos, e isso iria me atrasar ainda mais. Então, com toda mania de organização de Capricórnio sobre mim (organização em certos aspectos, não tome meu quarto como exemplo), criei 3 listas no site da Carter's: "Se for menino", "Se for menina", "Bebê neutro" e adicionei todas as roupinhas que me interessaram, tomando como base a tabela que criei relacionando quantidade de peças, idade do bebê e estação do ano, LÓGICO.
Orgulho de ser louca!!
E, por que estou comprando coisas fora? Porque a viagem será muito barata pelo Arthur ser funcionário de empresa aérea e, lá fora, compramos produtos mais variados e de melhor qualidade pelo mesmo preço de produtos inferiores aqui. E porque as coisas da Carter's são MUITO fofas. E macias. E as estampas são de criança mesmo, nada adultizado como são as coisas por aqui.

Ah, e ontem eu cortei o tecido pro travesseiro de gestante e usei parte do enchimento que eu tinha pra enchê-lo. Vou precisar de mais uns 4 kg, mas não encontrei do mesmo tipo na loja onde eu comprava, que é, por sinal, a única na cidade onde é possível comprar enchimento... Coisas de cidade pequena. Vou ficar mais alguns dias sem meu super travesseiro.

E uma coisa meio bobinha que eu não lembrava e que hoje percebi: a barriga fica encostando na pia quando a gente vai lavar louça... Me lembrei de que, barrigudona da Aurora, eu precisava ficar de lado pra conseguir lavar as coisas. E depois continuou assim, só que com o bebê no sling.

Ah, sim, estou devendo um post sobre o uso do sling... Prometo que ele vai sair em breve.

Por hora, me despeço, já sem fome, sem enjoo, mas com muito, muito sono...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Coisas de saúde e de bom sono

Enfim, comecei a natação! Bem no meio de julho! É muita coragem, Brasil!
Na verdade nem é questão de coragem, mas de necessidade. Estou com uma barriga de 5 meses, mesmo tendo acabado de completar 3! Tá certo que existe uma camada de gordura por cima da real barriga grávida, resquício da primeira gravidez e da proximidade dos 30 anos, mas eu comi demais nesse primeiro trimestre por causa dos enjôos de fome e, com isso, já estou pesando o que eu pesava quando estava com 6 meses da Aurora, mesmo tendo iniciado ambas gravidezes com praticamente a mesma coisa. Sei que não posso me cobrar demais, mas não quero ganhar muito peso, porque peso é um troço apegado, que não vai embora muito facilmente, né?
A natação já estava nos planos, faltava disciplina. E aí hoje eu finalmente parei de dar "soneca" no celular e levantei da cama. E, pra minha alegria, o dia resolveu amanhecer ainda mais nublado e gelado! Tipo teste pra ver meu real interesse em ir nadar, né? Mas deu tudo certo, nadei meia hora, corrigindo meus movimentos de aprendiz e preparando o corpo pra ele se acostumar com o exercício, que será 3 vezes por semana, intercalados com 2 dias de yoga. Nossa, que animação! O bebê aqui dentro capaz que estava assim "Mas que que essa mulé tá fazendo? Ela não deveria estar dormindo?"

Hoje Aurora volta às aulas, meio à contragosto por parte dela, e com muita alegria por minha parte! Haha Sejamos sinceros, férias exigem muito da nossa criatividade e paciência. Um mês já esteve muito bom, agora bora dar 4 horinhas diárias de alforria pra mãe aqui. A qualquer momento vou começar a trabalhar, então preciso aproveitar essas tardes que terei livres pra preparar coisas da casa nova. Hoje sairei à procura de tecidos para almofadas pra sala e de um tecido e enchimento para fazer um travesseiro de corpo inteiro. Não conhece? É o céu!
Eu ainda estou decidindo o modelo. Se digitar "travesseiro gestante" ou "pregnancy pillow" no Google Images, dá pra se inspirar bastante e até quem não está grávida mas curte abraçar um travesseiro e colocar outro no meio da perna vai achar útil substituir três travesseiros por um desses. Dá vontade de dormir só de imaginar... Acho que vou aproveitar o embalo e tirar uma soneca.

Ah, em tempo, para quem não faz nem costura reta, esses travesseiros são também vendidos em sites e lojas de gestantes. São preços bem altinhos. Então talvez compense levar uma foto e pedir pra costureira fazer. É possível ainda fazer um onde a parte da cabeça seja unida à do corpo por velcro, de modo que, após o bebê nascer, ele spossa se desprender e se transformar numa almofada de amamentação.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Enxoval começa a ser comprado...

Comprar coisas para o bebê sem nem saber se vai ser menino ou menina não é uma tarefa muito legal. Tem mil coisas que são neutras, mas o caso das roupinhas, sorry, não dá. Amarelo, vermelho, verde, cinza, branco... Acabou. Acho que fica muito mais fácil pra menina ser vista num macacãozinho de macaco do que pro menino ser visto num de borboletas. Então vou ter que deixar as roupas pra depois. Mas o que já dá pra comprar, já estou comprando. "Nossa, mas esse desespero com 3 meses de gestação?" Explico a pressa: o Arthur é funcionário de uma empresa aérea que voa pros Estados Unidos e deverá trabalhar só por mais um mês lá, antes de se mudar pra cá. Ele viaja praticamente de graça e, assim, eu posso comprar coisas em sites gringos, pedir que entreguem no hotel e ele só tem que chegar, tirar das caixas, tirar etiquetas e trazer. E só temos um mês pra fazer isso. Ou melhor, duas semanas, porque é quando ele agendou a ida.
Fraldas e carrinho estão a caminho.
Fraldas de pano, como eu já havia dito no outro post, da marca Fuzzibunz. Vou detalhar um pouco essa minha escolha. Não sou mais mãe de primeira viagem, nem vai ser minha primeira experiência com fraldas de pano. Sei que existem vários modelos, marcas, ajustes. Aurora foi um bebê magrelo. Pra ter noção, aos 3 anos e 9 meses ela ainda não pesa 14kg. Ela nunca usou uma fralda G descartável (sim, usamos descartáveis algumas pouquíssimas vezes, e só fomos até a M). As pernas nunca foram roliças e cheias de dobrinhas, e muitas fraldas, que deveriam ficar bem ajustadas para não vazar, acabavam ficando meio frouxas e eu tinha que fazer umas manobras pra conseguir usar. As Fuzzibunz possuem elásticos caseados (aqueles cheios de furinhos e um botão na ponta, que nem os de ajustar cintura de algumas calças infantis), então é possível fazer o ajuste ideal tanto nas pernas quanto na cintura. Foi a melhor marca de fraldas importadas que usamos. Na lista das nacionais, gostei muito da Efral, porque não vazava jamais! Mas elas não são tamanho único, são P, M, G, e aí acabamos tendo que comprar algumas de cada tamanho, mas não muitas, por causa do sistema de suporte, onde dá pra trocar apenas a parte que sujou e tornar a usar a parte externa.
Fralda Efral
Enfim, voltando ao assunto da check list de enxoval, o carrinho também já foi um dilema resolvido. E pensar que, pra Aurora, eu fiz até tabela no Excel comparando modelos e funcionalidades... Senhor do Bom Parto, me acode! Nessa gravidez eu nem queria ter carrinho, pra ser sincera. Campo Belo é cheia de morros, vamos ter carro e sling (vou escrever mais sobre o sling numa outra hora, porque também vale a pena DEMAIS!), não estava vendo necessidade de um carrinho. Aí o Arthur me lembrou de algumas circunstâncias onde pode ser interessante ter um carrinho: restaurante, festa de aniversário, visitando algum amigo... Se o bebê dorme, só restaria ficar no colo, pesando, suando a nunca, recebendo migalhas de comida na cabeça, coitadinho... Aurora não se lembra do que já passou, mas já catei muito farelo de pão da cabecinha dela nas vezes que saí sem carrinho.
Daí, já que teremos carrinho, faltava escolher um modelo que casasse com as nossas necessidades: ser compacto, leve e reclinar totalmente, para ser usado por um recém-nascido. O modelo encontrado foi o Chicco Liteway. Aqui no Brasil é meio carinho, acima de R$700,00. Por lá, vai ficar a metade do preço.
Chicco Liteway
Hoje vi um bebezinho de 1 mês no carrinho usando um tipo de suporte almofadado, pra ficar mais aconchegado naquele carrinho imenso. Achei ótimo, já procurei na internet e coloquei na lista. É pra ser usado no bebê conforto, mas no carrinho também já ajuda pra dar uma "abraçada" no bebê.
Summer Infant Snuzzler
Falta ainda um punhado de coisas, não só de enxoval do bebê, mas também coisas pra Aurora e pra gente, coisas que iremos precisar ao longo do tempo. Temos que aproveitar a oportunidade porque essa família aqui não vai todo ano pros States não. Somo crasse média, tá ligado? Roupas e sapatos de tamanhos maiores, brinquedos, e aceito dicas do que talvez possamos precisar, porque eu sou péssima pra pensar a longo prazo. Até agora não consegui colocar nenhum item nessas listas de compras todas que seja pra mim. Minto, tem sim: absorvente de seio e roupão. Só.
E chega de papo que hoje a criança dormiu mais cedo e eu preciso gastar dinheiro que não tenho, mas que terei. Oremos pra minha nomeação sair logo!


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Primeira remessa de fraldas de pano a caminho!

Antes de contar sobre as fraldas que comprei, vamos à pergunta que muitos costumam fazer: "Mas por que fralda de pano?"
Vou enumerar alguns dos motivos que me levaram a usar e aprovar as fraldas de pano na Aurora e a repetir a dose com o segundo bebê. Mas, antes, esqueça aquela imagem da fralda branca pendurada no varal. Quando falo em fralda de pano, eu falo disso:


"Ah, tipo uma calça plástica?"
Por favor, não me ofenda. Elas são muuuuito mais que isso.

Veja bem a parte de dentro do modelo "com bolso" (ou pocket):
A camada externa é feita de um impermeável respirável. A parte em contato com o bebê pode ser de vários tecidos. Esse é microfibra, que repele o xixi, então o bebê fica sequinho. E há uma abertura onde é colocado um recheio (que pode ser de microfibra, algodão, bambu, cânhamo...), que é o que absorve o xixi.


Na verdade existem vááários modelos, inclusive ainda podem ser usadas as fraldas brancas tradicionais, só que sem os mortíferos alfinetes! E sem as chatíssimas fitas crepe. Agora temos os snappis. Rá!


Em formato de T e com garrinhas em cada ponta, eles deixam a fralda no lugar certo e não machucam o bebê. Por cima dessa fralda, pode ir uma calça plástica comum, ou pode ir uma capa mais elaborada, tipo assim:



Agora sim, feitas as devidas apresentações, vamos aos motivos para usar as fraldas de pano. (E acho que nem preciso mencionar o quesito beleza. São ou não são lindas???)


- Fraldas de pano são ecológicas. 
Ao invés de jogar um montão de fraldas (faça as contas aí, umas 8 fraldas por dia, vezes 365 dias no ano, vezes uns 2 anos e meio - se não tiver o prazer de desfraldar cedo, como foi a Lola. Isso dá umas SETE MIL fraldas. No lixo. Que não vão se decompor até que você seja ao menos bisavó.), teremos umas 25 fraldas de pano, que durarão toda fase fraldística da criança, visto que existem modelos que crescem com o bebê. E depois essas fraldas podem ficar pro próximo filho ou podem ser vendidas, doadas, e aproveitadas por outra família.
Fraldas descartáveis utilizadas por cada criança.
"Mas peraí... pra lavar as fraldas gasta água, sabão..." Sim. E pra fabricar as descartáveis também se gasta MUITA água, energia, agentes químicos branqueadores... O que me lembra do segundo motivo.


- Fraldas de pano não contêm agentes químicos.
Já ouviu falar em bebê que teve alergia à fralda? Pois é. As descartáveis, para conseguirem absorver tanto xixi, possuem um gel no interior. O tecido que fica em contato com o bebê também recebeu tratamento químico. Além disso, a fralda esquenta o bebê e não permite que a pele respire. Logo, pra se usar fralda descartável, é preciso usar pomada anti-assadura. Fralda de pano dispensa essas pomadas, a menos que haja alguma assadura por ter ficado mais tempo em contato com cocô.
O segredo da absorção nas fraldas descartáveis


- Fraldas de pano são MUITO mais baratas.
Sabe a conta que fizemos no início, pra determinar o gasto com fraldas descartáveis? Agora converta cada fralda daquela em centavos... Não sei direito o preço de cada pacote, até porque são muitas marcas diferentes, mas você vai gastar em torno de 3 mil reais. Mais os tubos de pomada anti-assadura. Fraldas de pano custam, no máximo, 45,00 (sendo que é possível comprar por menos de 20, dependendo da marca). Então o gasto fica sempre menor que 1500,00. Existem ainda acessórios necessários, como um balde para guardar as fraldas, paninhos para limpeza (quem também podem ser de pano) e o gasto com água e máquina de lavar. Mas, mesmo assim, o gasto fica bem inferior. E, por falar em máquina de lavar...

- Fraldas de pano hoje em dia não são difíceis de higienizar.
Aleluia, irmãos, temos máquinas de lavar! As fraldas de pano modernas resistem a lavagens sucessivas na máquina, até com água quente, e saem limpinhas. A maioria das famílias tira a fralda do bebê e coloca num balde. Se for fralda de cocô, primeiro tira o cocô com aquelas duchinhas higiênicas, cocô vai direto pro vaso (e não pro aterro sanitário!), fralda vai pro balde. Máquina lava, apita quando está tudo pronto, daí é só estender e depois recolher fraldas limpinhas e cheirosas. Casas com área de serviço não muito ventiladas precisam ter mais cuidados para que as fraldas sequem à tempo das próximas trocas. Muitas vezes um varalzinho de chão na varanda ou perto da janela já resolvem.

E ainda há quem diga que
- Fraldas de pano tornam o desfralde mais fácil.
Como existem modelos com o interior em algodão, a fralda fica molhada. E isso é BOM para a fase do desfralde. Sentindo-se molhada, a criança se incomoda e começa a desejar não usar mais a fralda. Se isso é geral, eu não sei, mas a Aurora desfraldou relativamente cedo, logo que completou 2 anos. Lembro que fiquei até com saudade das fraldinhas de pano...

Os únicos pontos negativos:
Fraldas de pano são mais volumosas. Deixam um bumbunzão e, às vezes, fica impossível usar bodies (mas já existem adaptadores para fazer com que os bodies fechem).
Fraldas de pano podem ficar com cheiro forte se não forem lavadas corretamente. Mas a internet está cheia de tutoriais e o segredo é pouquíssimo sabão sempre, amaciante jamais!
Fraldas de pano viciam. Você vai querer vários modelos e estampas, e terá que decidir quais comprar!


E, finalmente, vou falar sobre as fraldas de pano que comprei!
Ontem entrei na internet e consegui uma promoção de uma marca que adorei usar na Aurora: Fuzzibunz. Acho que vou deixar a descrição da marca para outro dia, porque esse post ficou gigante. Não vejo a hora de encher a gaveta de fraldinhas!

sábado, 5 de julho de 2014

Como alimentar um avestruz

Tenho me sentido assim. Um avestruz. Os enjoos passaram, mas não posso ver comida que quero um pedaço. Que se torna uma refeição inteira. Posso estar satisfeita que, mesmo assim, se vir uma pessoa comendo, fico querendo um pouco. E nessa haja pão com requeijão, leite com Toddy, banana com granola, torrada com geléia, maçã... Ah, a maçã é um caso à parte, porque preciso comer escondida, quase como se fosse um doce, porque se eu chego perto da Aurora comendo maçã ela já acha que levei pra ela e eu perco o lanche. E convenhamos que dá uma super preguiça de levantar do sofá pra ir buscar outra...
E isso de ficar comendo mesmo sem fome está me saindo caro. Ou me saindo pesado. Não tenho como não comparar o ganho de peso com a primeira gestação. Lembro que ganhei 1kg por mês, certinho, e só desandei no último mês, ganhando 2kg. Total de 10kg em toda gestação, um peso excelente. E, mesmo assim, não foi fácil fazer a barriga sumir (até porque ela nunca sumiu, mas melhorou bem). Agora já são 3,5kg, e não tenho 3 meses ainda. Sem contar que minha barriga está enorme. Até achei que eram gêmeos! Acho que comentei isso já...
A minha sorte foi que, antes de engravidar, eu estive com 5kg a mais que meu peso normal. Aí fiz uma dieta mega restritiva (mas nem era tanto por conta do peso e, sim, por causa da maldita candidíase de repetição que vem me atacando desde Dezembro. Me informei que a dieta rica em carboidrato favorece o desenvolvimento do fungo, e aí resolvi ficar sem farinha branca, arroz branco, açúcar, etc.), e comecei também a fazer academia e natação. Com isso, perdi os 5kg e voltei a pesar 52kg, exatamente o mesmo peso de quando engravidei da Aurora!
No final da gestação dela tive estrias perto do umbigo. Ficaram discretas, mas estria é um troço chato que mexe com a auto-estima, né? Então além de hidratar a pele, beber água (puts, preciso lembrar mais disso), preciso me cuidar pra ganhar pouco peso.
Mas como parar de comeeeeer?
Estou confiante que ao voltar pra natação (coisa que também preciso lembrar de me organizar pra fazer), vou conseguir manter o ganho de peso até 1kg por mês. Sim, natação! Hidroginástica é para os fracos! haha Tô brincando. Mas é que como acabei de aprender a nadar, estou mega empolgada para continuar, e também porque a natação acaba tendo menos impacto que a hidro e é super recomendada também para gestantes. Para mulheres sedentárias a recomendação é esperar os 3 primeiros meses e só depois começar qualquer exercício, mas quem já vinha praticando algum exercício pode continuar, talvez diminuindo a intensidade, até porque rola uma indisposição natural nesse primeiro trimestre e o corpo fica mais cansado. O mesmo vai acontecer de novo no último trimestre, por causa do peso e dos desconfortos respiratórios. É bom lembrar de falar com o médico antes de fazer exercícios, só para confirmar se não tem nenhum impedimento.

Enfim, vamo que vamo, cuidando da saúde para ter uma gestação tranquila e uma recuperação pós-parto mais rápida.