terça-feira, 24 de junho de 2014

11 semanas

11 semanas e 3 dias, segundo os cálculos esdrúxulos que são usados padronizadamente (afinal, começar a contar a gestação quando o bebê ainda nem foi concebido, é meio estranho pra mim, mas enfim...).
Já começo a ter menos fome e até fui capaz de fazer jejum para o exame de sangue! Fica pronto semana que vem e acho que não vou ter surpresas. Como praticamente vegetariana (só como peixe e derivados de animais), espero que o ferro esteja ok.
Meu bebê tem mais ou menos o tamanho de uma ameixa. E mesmo assim eu ainda não consigo conversar com ele. Aurora, sim, toda empolgada de ser irmã mais velha. E muitas vezes é ela quem diz "conversa com o irmãozinho!" Mas é uma sensação estranha, vejo a barriga crescendo e minhas roupas deixando de servir, mas ainda parece que não é verdade. Talvez quando fizermos o ultrassom (um de qualidade, porque o outro foi mega rápido e numa máquina muito ruim, só para certificar de que o bebê estava se mexendo), talvez então, vendo ali na telinha, eu finalmente consiga me relacionar de um modo mais profundo. Na primeira gestação fui, desde o princípio, apaixonada e mega envolvida. Agora preciso me esforçar para sequer acreditar que realmente estou grávida. Estranho isso. E mais estranho ainda é que consigo totalmente me imaginar com esse bebê no colo, vendo Aurora se relacionar com ele. Tenho medo da amamentação. Ui. Mas espero saber lidar melhor agora para evitar fissuras. Em relação ao parto, estou bem tranquila. O que às vezes me preocupa é se eu apresentar algo durante a gravidez que me impeça de ter meu sonhado parto domiciliar.
Ah, todas essas mudanças de uma só vez! Acho que por isso estou assim, aérea. Vou mudar de casa, voltar a morar com o pai da minha filha - agora pai dos meus filhos!, ter um segundo bebê, ter um emprego caretão... Mas tudo há de dar certo. Quem nasceu dia 25 de Dezembro deve ter alguma vantagem nessa vida, porque já me basta não ganhar dois presentes. rs

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sangramento, susto e só sei que nada sei

A gente acha que, porque é segunda gravidez, vai tirar tudo de letra. Mas aí que a gente se engana. Porque cada gravidez é uma, assim como cada filho é um.
A gravidez da Aurora foi a mais normal possível, sem qualquer susto. Pelo menos não que eu me lembre! Já hoje, com 10 semanas e 2 dias, tive um sangramento e corri pra ginecologista pra saber se estava tudo bem. No início senti muito medo, porque não queria perder o bebê e porque não queria uma gestação conturbada, tendo que ficar de repouso e tal. Mas procurei me acalmar e aceitar o que viesse. A vida até hoje não me desamparou, melhor confiar nela. Acontece que foi apenas um susto. Desde minha primeira consulta com ginecologista, lá com uns 19 anos, foi descoberto que tenho uma "mancha" no colo do útero, a ectopia, e isso pode provocar sangramentos. Essa ectopia é, em resumo, uma alteração celular na mucosa do colo do útero, então ele fica mais sensível naquela região e após alguma irritação pode sangrar. Como recentemente tive crise de candidíase - também comum na gravidez, visto que a imunidade tende a diminuir - isso pode ter provocado esse sangramento.
Mas ao tentar ouvir os batimentos do bebê, nada. Quando ela finalmente captou um som, disse que era a minha pulsação. Fiquei levemente preocupada, mas estava deixando nas mãos do destino. Perguntei se poderíamos fazer uma ultra, para saber se estava tudo bem e, como ela tem o aparelho lá no consultório mesmo, pudemos ver.
E lá estava o bebê... Mexendo perninhas! Ele é real! Aurora estava junto, viu o irmãozinho ou a irmãzinha (não sei por que, mas agora estou achando que é uma menina. Então deve ser um menino, porque na gravidez da Aurora eu também errei) e disse que parecia que ele estava dentro de uma lua.
Em seguida, com as esperanças devidamente recarregadas, porque nada há de abalar meu parto domiciliar!, fomos tirar fotos da barriga, pra fazer um acompanhamento mensal. Essa é, por sinal, uma das coisas que não me preocupei em fazer na gravidez da Aurora e que agora acho fundamental, assim como o registro do parto com fotos e vídeo. Me diverti nas fotos e conversei muito com a Polly que, além de fotógrafa, é minha amiga.
Ver a barriga se arredondando, me ver me transformar em lua cheia... É mesmo sagrado isso!

Primeiro dia de yoga, primeiras interrupções e primeira cartinha da irmã

Seguindo meu plano de reeducação de hábitos diários, acordei, tomei iogurte caseiro com granola e mel e fui fazer yoga (estou seguindo esses vídeos no youtube). Aurora não quis participar, mas ficou assistindo, atenta.
Eis que, no meio da prática, rola o seguinte diálogo:
"Mãe, tô sentindo minha calça molhada..."
"Você fez xixi?"
"Não..."
Dou pause.
"Deixa eu ver. Ah... foi um cocozinho, deve ter saído junto com o pum."
Lá vamos eu e a menininha das calças arreadas até o banheiro, limpo, ela troca a calça e voltamos pra sala pra eu continuar a yoga.
Grávida do segundo filho é assim. Posso desistir de qualquer atividade sem interrupções. Mas posso contar com a criança mais doce à espera do irmãozinho.
Até carta ele ganhou dela ontem.

Na rua encontrei com nossa vizinha, que disse que o filho dela está falando que vou ter gêmeos. Ai! Criança costuma acertar nessas coisas... Tô perdida! E o ultrassom é só quinta-feira que vem. Não vejo a hora de saber quantos são e o sexo, pra começar a pensar em roupinhas e fraldinhas! Novamente vamos usar fralda de pano e preciso adequar as estampas ao sexo do bebê, fralda lisa é meio sem graça. rs

domingo, 15 de junho de 2014

Sentimentos, revoluções internas

Desde bastante tempo que não me reconheço como pessoa.
Pra onde foi a calma? A paz? A espiritualidade? O tempo? O lazer? O prazer?
Não sei quanto disso está relacionado à maternidade e quanto é próprio de mim, numa espécie de auto-sabotagem.
O fato é que acabo de receber uma oportunidade de fazer algo novo e de transformar o que já tenho. Preciso cuidar de mim mesma, e da minha relação com a Aurora e com os que me cercam, e preciso me conectar com o bebê crescendo dentro de mim.
Me vejo explodir com as mínimas coisas, e nada me faz retomar o bom-humor. Minha filha de quase 4 anos segue também ficando irritada e dando respostas atravessadas. Ela é um espelho de mim. E isso me magoa duplamente; primeiro porque reconheço que preciso mudar urgentemente, segundo porque me vejo estragando essa criança doce que é a Aurora.
Sim, a culpa é da mãe. E do pai. E de qualquer cuidador. A criança tem sua personalidade em formação e todo estímulo externo irá contribuir para o modo como ela irá direcionar seus impulsos e desejos.
Comecei a ler um livro - "Origens mágicas, vidas encantadas", de Deepak Chopra - que tem me chamado a me conectar com o bebê e a emanar coisas boas, visto que, segundo ele, todo sentimento se transforma em impulso nervoso e é transmitido ao feto. Acho uma puta responsabilidade isso e preferia que a placenta fosse mesmo uma bolha, protegendo essa criança da mãe louca que ele tem.
Eu tenho muito medo de depressão. Já tive quadros moderados de depressão algumas vezes e reconheço quando estou me reaproximando dela. Na gestação as coisas se intensificam ainda mais. São hormônios, expectativas, medos... Preciso me cuidar.
E daí que surgiu a necessidade de uma mudança radical no meu estilo de vida. Desde hora de dormir, até práticas matinais, alimentação, exposição ao sol, interação com as pessoas que me cercam.
A primeira coisa que fiz foi deletar minha conta do Facebook e criar outra, onde apenas pessoas muito próximas entrarão. Não quero ter uma rede de 900 "amigos" que sugam meu tempo, despertam sentimentos ruins ou apenas não acrescentam nada. Continuarei tendo acesso a internet para direcionar buscas relacionadas a assuntos que me interessem, continuarei mantendo contato com as pessoas que são de verdade para mim. Foi uma decisão que já vinha sendo pensada há muito tempo, mas que, por causa de estresses dos últimos dias, acabei finalmente tomando.
É o primeiro passo para cuidar do meu jardim. É a poda do que me faz mal.
Espero que consiga estabelecer essa rotina saudável fisicamente, emocionalmente e espiritualmente, pelo meu bem e o da minha família.

Um brinde ao que verdadeiramente importa!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Filho sempre vem com um pãozinho debaixo do braço

Um dia me disseram isso, acho que Aurora tinha uns 7 meses, e eu passei em um concurso da UERJ. Achei interessante o pensamento. Casava bem com o que eu já acreditava: "É no sacolejar da carroça que as abóboras se ajeitam."
É. As coisas se encaminham!
E hoje eu peguei o resultado do concurso que fiz aqui pra Campo Belo e... passei em primeiro lugar! Duas vagas! E eu passei! É um cargo federal, um dos melhores salários pra nível médio, e é a estabilidade que Arthur e eu tanto precisávamos pra poder, enfim, curtir nossa gravidez!
Já contei pra minha mãe as duas notícias de uma vez, afinal, faz muitos dias que quero contar pra ela, pra deuseomundo, que eu estou grávida, que Aurora vai ganhar um irmãozinho!
Aí, como eu estava só instigando a Aurora a pensar em nomes de bebês, pra ir se preparando, contei, finalmente, que o irmãozinho dela já estava na minha barriga. Ela quis ver. rs E aí eu disse que pode tanto ser uma menina quanto um menino. E que, se fosse menino, como ia chamar? Ela pensou um pouquinho e logo respondeu: "Fossenbuóiter".
Ah. Tá...

Fossenbuóiter é o nome do amigo imaginário dela. Um deles. São dois. Fossenbuóiter e Cleirer. São irmãos. O primeiro é o maior bagunceiro, não usa cinto de segurança, diz mentira... O Cleirer já é mais tranquilo. Figura.
Outro dia ela disse que não ia mais ser amiga deles e que eles iam morar na casa de outra criança. Perguntei por que, já triste, pensando que tinha acabado essa fase divertida, e ela respondeu que é porque eles são muito bagunceiros. Mas depois de uns dias eles voltaram. Ufa!

Mas como o nome NÃO será Fossenbuóiter, precisamos depois começar a fazer uma lista de nomes de meninos... Por que sempre é tão difícil pensar em nomes de meninos? E eu não tenho ideia de qual será o sexo do bebê. Sabe intuição, essas coisas, pois é, eu nasci sem. Se for menina, tem uma listinha já de nomes esperando. Se for menino tem.... bem... Raul. E só.

Acho que agora posso me preocupar com isso. Arthur estava me amolando porque a gente nem tinha nada certo e eu estava fazendo lista de nomes. Agora tenho emprego, ele pode vir pra cá procurar emprego pra ele, teremos nossa casa, teremos nossa família junta de novo, pra reescrever nossa história de um jeito mais bonito.

Finalmente respirei e começou a cair a ficha... eu vou ter um bebê!